O médico Fernando Veríssimo de Carvalho, na época com 30 anos, foi condenado a 41 anos e oito meses de prisão pelo assassinato brutal de sua namorada, a médica veterinária Beatriz Nuala Soares Milano, de 23 anos, que estava grávida de 5 meses. O crime bárbaro, ocorrido em 24 de novembro de 2018 em Rondonópolis (MT), chocou a comunidade e resultou em uma condenação por homicídio qualificado e aborto sem consentimento.
Apesar da condenação, menos de três anos após o veredito, Fernando continuava atuando como médico, como se nada tivesse acontecido. Transferiu seu registro profissional do Conselho Regional de Medicina de São Paulo para Mato Grosso e conseguiu autorização judicial para trabalhar durante o dia, enquanto cumpria pena à noite. Ele foi flagrado prestando serviços médicos na cidade de Rondonópolis, incluindo atendimentos em acidentes de trânsito e consultas domiciliares pela Cooperativa de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder).
A situação gerou revolta popular, principalmente porque o médico, condenado por feminicídio, ainda desempenhava funções públicas, sem qualquer restrição. Além disso, ele violou várias vezes as condições impostas para seu trabalho externo, realizando 33 saídas não autorizadas. Este caso, marcado pela brutalidade e pela tentativa do condenado de seguir com a vida como se nada tivesse acontecido, pelo visto, dificilmente será esquecido.
Diante da indignação pública e das irregularidades constatadas, a Justiça revogou a autorização para trabalho externo do médico, atendendo a um pedido do Ministério Público do Estado de Mato Grosso. Fernando Veríssimo, que nunca admitiu sua culpa, terá agora que cumprir sua pena integralmente em regime fechado, sem a possibilidade de continuar suas atividades médicas fora da prisão.
No entanto, uma audiência virtual está agendada para 29 de agosto de 2024, para ouvir o médico e os seus advogados de defesa, a fim de discutir a aplicação de falta grave devido às diversas infrações cometidas durante o trabalho externo. Esse desdobramento pode resultar em penalidades adicionais e/ou a perda ou ganhos de benefícios, como a autorização para trabalho fora da prisão ou não.
A família de Beatriz, ouvida pelo portal Bombando Notícias, acredita que “a justiça será feita” e mantém viva a esperança de que o culpado pague plenamente por seus atos. Em meio a um misto de dor e expectativa, ela expressa a angústia de uma família devastada pela perda de uma jovem e pelas promessas de uma vida que estava por vir. Ao mesmo tempo, essa família demonstra uma fé inabalável em Deus e no sistema de justiça brasileiro.
Para amigos e familiares, “ver o responsável pelo crime cumprir sua pena integralmente é uma forma de honrar a memória de Beatriz e da filha que ela carregava”. Segundo eles, “essa esperança não é apenas um desejo por punição, mas também um anseio por reparação e por um senso de justiça que traga algum conforto em meio à tragédia”.
A família, “busca não apenas a condenação, mas também a garantia de que casos como esse não sejam esquecidos, reafirmando a importância de que a sociedade não permita que crimes tão graves fiquem impunes ou sejam esquecidos ou minimizados com o tempo”.
O portal Bombando Notícias estará dando cobertura informativa às decisões públicas da audiência virtual que irá determinar os desdobramentos sobre este caso.
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