Desde a década passada o Brasil enfrentou uma crise governamental que tem gerando um sério descrédito nas instituições democráticas até os dias atuais. Com isso, surgiu o anseio por novas alternativas que sejam contrárias à denominada “velha política”. Neste anseio, se convencionou a onda conservadora, uma articulação política e religiosa entre católicos e evangélicos.
Neste contexto, sob o lema de campanha “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, e outros corolários religiosos, como “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, o ex-presidente Jair Bolsonaro construiu sua identidade, isto, sem definir-se, de fato, como católico ou evangélico. Nesta construção de identidade o capitão foi apresentado ao Brasil como o ungido de Deus para acabar com a corrupção e instaurar uma política moralmente cristã. Que de fato não passou longe de acontecer, até que se prove o contrário.
Defensor da onda conservadora, em suas redes sociais, Magno Malta, Senador da Republica (PL-ES), acredita que os eleitores cristãos precisam eleger candidatos genuinamente conservadores e alinhados com os princípios bíblicos. Segundo Malta, esta é a única forma eficaz de enfrentar a batalha contra um governo de esquerda e o ativismo judicial.
Defendendo o mesmo posicionamento, Damares Regina Alves, Senadora da República e Ex-Ministra de Estado, em entrevista exclusiva à revista Comunhão, destacou com preocupação sobre os riscos à liberdade de religião no País. Damares acredita que povo não sabe o que é comunismo. Para a Senadora os cristãos não possuem a nítida compreensão que cristianismo e comunismo não combinam e finaliza alertando que “o comunismo mata cristão”.
Ano passado, no Congresso Nacional, ficou marcado por lutas nas tentativas de legalização do aborto, drogas, transição de gênero em adolescentes, sexualização das crianças nas escolas, entre outras pautas de esquerda. Nesse aspecto, muitas pessoas são enganadas por acreditarem que as pautas mencionadas são questões do Congresso Nacional, no entanto, muitas vezes é nos municípios que as políticas nacionais sofrem maior impacto.
Em Rondonópolis, entre os pré-candidatos, não está muito bem explicado à população evangélica sobre esse alinhamento ideológico. Neste contexto, Paulo José, se consolida defensor das pautas de esquerda, Claudio Paisagista, se define defensor dos ideais da direita e Thiago Silva minimiza as críticas que vem sofrendo entre os evangélicos se classificando como de centro direita. Nas últimas eleições muitas apostas de centro direita obtiveram êxito, um exemplo clássico foi a vitória de Eduardo Leite, eleito Governador no Rio Grande do Sul, que preferiu lavar as mãos ao esconder o seu lado ideológico, na intenção de que os votos da esquerda migrassem para ele independentemente de declarar seu apoio a Lula. Pondo uma virgula neste assunto, obviamente que a estratégia deu certo para alguns candidatos nas eleições de 2022, resta saber se em Rondonópolis nas eleições de 2024 vai dar certo também.
Por André Sabino